sábado, 11 de agosto de 2012

!!! Foto do Dia !!!


EMPI Inch Pincher – A saga do mito

Empresas alemãs se esforçaram para emplacar no mercado norte-americano. A DKW caprichou no seu acabamento interno, já a Volkswagen até câmbio automático ofereceu nos seus fusquinhas – mudanças para se adequar ao gosto dos novos consumidores e também as leis locais.



Na Califórnia, junto do crescimento destes carrinhos no mercado, uma concessionária que vendia veículos e acessórios para Porsche e Volkswagen, a EMPI (Engineered Products Inc Motor) de Joe e Darrell Vittone, buscava a consolidação do seu nome.

Foi nela que Dan Gurney comprou um Porsche Speedster  com o qual começaria a sua vitoriosa carreira, aproximando os donos do negócio californiano do excitante mundo das corridas. Desta aproximação surgiu logo a idéia de divulgar a marca nas pistas, mas o mundo das arrancadas foi quem atraiu os californianos.

Passaram então a investir e aprimorar um pacato modelo oval 1200, de 1956. Este carro vermelho era veículo de uso diário do filho de Joe, Darrell Vittone, e iria começar suas aventuras no mundo das arrancadas.


Para sua primeira competição, o Nassau Bahamas Grand Prix, durante o verão de 1963, ele ganhou preparação leve: Kit Okrasa, escapamento 4×1, barra de torção na dianteira e compensador de cambagem atrás.

Os resultados foram péssimos, então uma preparação mais forte foi realizada. Agora o fusquinha arrancava com dupla carburação e novo kit de pistões, num acerto feito por Dean Lowry. O carrinho vermelho começava a colecionar vitórias e ganhava um apelido: “Inch Pincher” – o pequeno invocado encarava carros bem mais “brabos” que o seu compacto motor.



A afirmação veio no seu segundo Bahamas Grand Prix – 1964, quando ganhou cara de carro de competição e subiu de categoria. Teve o interior totalmente depenado para alívio de peso, o bloco do 1200 agora usava uma caixa de câmbio Porsche para dar tração aos pneus especiais de arrancadas.

Em 1966 já era um ícone.  Aparecia em capas de revistas especializadas  numa combinação de pintura vermelha, rodas BRM e a janela traseira maior – dos modelos que eram vendidos na época . O motor cresceu para 1952cc, ganhou componentes do Porsche Super 90, da Okrasa e dois Weber 48, virando o ¼ de milha em 12,7 segundos e atingindo 127 mph.



A mudança seguinte foi uma nova pintura, com chamas e o uso de fibra de vidro nas aberturas para alívio de peso. Essa configuração encerrou a série “Inch Pincher”, batendo o ¼ de milha em 11.80 segundos, seu sucessor chegaria na forma do psicodélico “Inch Pincher Too”.

Nos anos 70 Darrell Vittone decidiu construir o seu fusca de arrancadas, pois a pintura vermelha era muito ligada ao trabalho de Dean.  O chassi vencedor foi mantido, mas sobre ele sentou uma nova carroceria. Com diversas partes em fibra de vibro, vidros de acrílico, teto rebaixado e com um teto solar de lona (rag top), cheio de estilo como todo californiano gostaria de ter.

Essa carroceria, após a primeira aparição ainda na cor branca, ganharia a clássica pintura psicodélica com temas em amarelo, azul laranja e vermelho. A EMPI já era referência e a nova pintura tornou-se um clássico. De pôsteres até recriações em veículos de uso diário, Darrel atingia o objetivo de ter um carro com personalidade – e rápido, na primeira aparição com nova pintura fez o ¼ de milha em 12,09 segundos.



Em 1972 Darrel deixava a EMPI para fundar uma empresa de itens de competição. O seu antigo veículo de uso urbano seria então vendido e atualmente é lenda, perdeu-se.

Existindo ou não ainda o Inch Pincher Too original, o fato é que os catálogos da EMPI desde muito são objeto de desejo de quem anda em VW’s com mecânica a ar. E desses catálogos já saíram algumas réplicas dos pequenos endiabrados que davam trabalho nas pistas nos anos 60 e início dos 70.

Réplicas de época do modelo psicodélico vez em quando ainda são descobertas abandonadas, e resgatadas voltam ao asfalto.  Uma bela homenagem aos pioneiros, mesmo que numa linha de estilo onde a pouca altura e a frente com bitola reduzida  não permitam grandes velocidades – atualmente o culto aos VW a ar não está ligado necessariamente ao pedal do acelerador.

















Karmann Ghia TC


Lançado em 30 de agosto de 1970 no Salão do Automóvel de São Paulo, o novo VW Karmann Ghia TC, marcava uma nova era no mercado de veículos esportivos no Brasil. Mesmo mantendo diversos vínculos estéticos do seu antecessor, o TC basicamente era um novo carro, destinado a outro tipo de mercado, pois era mais caro.

A Karmann juntamente com o estúdio Ghia, foram os idealizadores do projeto, porém todo o desenvolimento do esportivo, ocorreu no Brasil sob a supervisão da matriz VW na Alemanha. O italiano, Giorgetto Giugiaro, foi o responsável pelo design. Ele se inspirou nas linhas do Porsche 911, principalmente nos detalhes da dianteira e conjunto optico traseiro do esportivo.

Vendido em uma única versão, o VW TC era equipado com motor 1.600cc de 65 CV, refrigerado a AR, com dupla carburação de corpo simples, que viria a ser utilizado também na linha VW Variant / TL / Brasília e Zé do Caixão. O câmbio manual de 4 velocidades, era o mesmo que boa parte dos veículos VW com motor AR utilizavam naquela época.

Com a adoção de freios a disco nas rodas dianteiras e um baixo centro de gravidade contribuíam também para que o VW TC continuasse com o apelo esportivo que a montadora queria no modelo.



quinta-feira, 9 de agosto de 2012

!!! Foto do Dia !!!


Emis Art


A Emis nasceu no Rio de Janeiro, e seu fundador e proprietário era Eduardo MIranda Santos (daí o nome da empresa). Muitos anos depois, a fábrica foi transferida para Porto Alegre, onde hoje é a única fábrica gaúcha de buggies. Inicialmente produzia buggies no Rio de Janeiro, mas produziu também um minicarro urbano de mecânica Volkswagen: o Emis Art. Apesar de não ser um buggy, o fato do Art ter sido fabricado por uma empresa especializada em buggies faz com que este veículo deva estar na lista de carros que mudaram o conceito e estilo sobre carros de tamanho reduzido para os anos seguintes. De desenho simples, mas original, o Art antecipou o ciclo de carros de pequeno porte, utilizados preferencialmente nos grandes centros urbanos. Alguns o chamam de "smart brasileiro da década de 80". Em 1986 ganhou algum destaque no cenário nacional por aparecer na novela Cambalacho da Rede Globo.
Ele foi projetado pelo ortodontista Alfredo Soares Veiga, inspirado pelo Dacon 828, conforme relata o próprio Dr. Alfredo:

"Era início dos anos 80 quando vi o Nelson Piquet estacionando o primeiro Mini Dacon no paddock do autódromo do Rio de Janeiro . Nao resisti e cheguei bem perto, abri a porta e me sentei ao volante. Fiquei deslumbrado e pensei comigo mesmo: vou fazer um automóvel! Após um período de gestação de aproximadamente 9 meses, nasceu o ART. Fiz no início uma produção independente e depois me associei a Emis, tradicional produtora de buggies e outros veículos especiais, aqui no Rio. Em meados de 1987 encerramos a produção e é maravilhoso e muito gratificante ver os ART ainda desfilando por aí nesse Brasil. Tenho o primeiro automóvel montado, chassis 00001, funcionando e sendo usado quase que diariamente.

Devido à sua concepção, tem comprimento reduzido (3,10 m), com lugar para apenas dois passageiros sem porta-malas, sendo possível carregar alguma bagagem no pequeno espaço atrás dos bancos (algumas unidades são equipadas com pequenos assentos na traseira). Possui chassi próprio, do tipo tubular, construído em forma de duplo Y com perfis de aço, enquanto a carroceria é de fibra de vidro. Possui parabrisa, portas e vidros laterais de Chevette, vidro traseiro de Marajó, painel de Gol BX, ventilador de Voyage, volante de Passat, lanternas traseiras de Panorama, freios de Fusca 1600, além de lanternas dianteiras e faróis de Brasília.
O fato de possuir chassi próprio faz com que, diferentemente de alguns fora-de-série da época a direção do Art não puxasse para nenhum lado em linha reta, além de propiciar um comportamento neutro ao carro, como afirmou a revista Quatro Rodas ao testá-lo em julho de 1986: “Ele é absolutamente neutro e agarra firme no chão. Só nas curvas de alta é que sai um pouco de traseira. Mesmo assim seu limite é alto.”
O motor, como em muitos fora-de-série nacionais é o VW1600, nesse carro com dupla carburação acoplado a uma transmissão Volkswagen com coroa e pinhão iguais às do SP2, apresentando relações de marchas alongadas que melhor se adaptam ao baixo peso do veículo, reduzindo um pouco o elevado nível de ruído, que se deve principalmente à dupla carburação e ao escapamento utilizado, igual ao dos buggies Emis. O baixo peso do carro permitia a ele um desempenho muito bom, sendo apenas meio segundo mais lento que um XR3 na aceleração de 0 a 100 km/h, sem no entanto consumir muito combustível. Ao todo foram produzidos 153 veículos, 130 pela Emis e 23 sob a marca Emisul (nome adotado pela Emis após a mudança para o Rio Grande do Sul), até 1987, quando sua produção foi encerrada.







terça-feira, 7 de agosto de 2012

!!! Foto Do Dia !!!


Volkswagen Fusca celebra passado de glória no Brasil e se liga no futuro




Foram 30 anos de produção, com 3.367.290 unidades fabricadas (dessas, apenas 130.655 não foram consumidas pelo mercado nacional, sendo exportadas) e infinitas histórias (Quer contar a sua? Use o campo de comentários no final da reportagem). Provavelmente o Volkswagen Sedã, depois Fusca, mereça o título de carro mais carismático já produzido no país, a ponto de ser figura fácil de ser encontrada nas ruas até hoje, 16 anos após o término da sua segunda fase de produção. E essa é a justificativa para que o Fusca tenha um dia só seu: neste dia 20 de janeiro é comemorado o Dia Nacional do Fusca.

A instituição da data é polêmica, assim como a origem do carro. No mundo todo, o Dia Internacional do Volkswagen Beetle é comemorado em 22 de junho, marco da assinatura do contrato de produção inicial do modelo, em 1934. No Brasil, reza a lenda, o Sedan Clube decidiu instituir uma comemoração em 1988, escolhendo a data de 20 de novembro. Acontece que a logística falhou e apenas o material comemorativo ficou pronto a tempo: com adesivos e faixas com o logo "20" preparados, a solução foi adiar o evento para outro dia 20, após as festas de fim de ano, em janeiro de 1989.

Nada disso atrapalhou a ascensão do Fusca como carro do povão -- barato, o modelo foi opção de primeiro carro (ou até mesmo o único na garagem) de milhões de compradores que não podiam arcar como modelos mais refinados.

LONGO CAMINHO
Algumas linhas históricas creditam ao austríaco Ferdinand Porsche a criação do Volkswagen, a pedido do ditador Adolf Hitler. Outros defendem que o papel de Porsche tenha sido apenas formal, um mero assinador de contratos. O fato é que o modelo foi um compilado de invenções de diversos engenheiros e surgiu com a função de ser um carro de apelo popular na Alemanha. Daí o nome oficial do carro e, depois, da marca: Volkswagen, literalmente carro do povo, em alemão.

Após um longo período de desenvolvimento, as primeiras unidades foram produzidas em 1938. A produção comercial do carro, entretanto, foi impedida pela 2ª Guerra Mundial, sendo efetivada apenas em 1946, após o término do conflito


E O FUSCA?
No Brasil, o carro chegou em 1950, sendo montado primeiramente em regime CKD (Completely Knock-Down, ou seja, nenhuma peça era produzida aqui) pela Brasmotor (mesma empresa do grupo de eletrodomésticos Brastemp) e, depois, pela Volkswagen do Brasil, num galpão no bairro do Ipiranga, em São Paulo. Apenas em 1959 o carro passou a ser oficialmente produzido pela Volkswagen na fábrica de São Bernardo do Campo (SP).

O nome do modelo era Volkswagen Sedan, mas a dificuldade em pronunciar a palavra alemã Volkswagen ("folquisváguem") ou sua sigla alemã VW ("fauvê") levaram a erros que geraram as palavras "fulque", "fulca" e, logo, "fusca". Popularizado, o nome acabou oficializado em 1983. O Brasil tinha um nome único para o VW Sedan, algo comum em outros mercados -- no México, o carro é chamado até os dias atuais de Vocho; nos países de língua inglesa, é "besouro" ou Beetle; Carocha em Portugal; Käfer na Alemanha.

Três anos depois, em 1986, o projeto do Fusca seria encerrado, aos 27 anos de Brasil, por incompatibilidade com novos padrões de construção e segurança.

A aposentadoria durou até 1993 quando, por sugestão do então presidente Itamar Franco, a Volkswagen voltou a fabricar o besouro. Enquadrado em incentivos proporcionados pela Lei do Carro Popular, e com poucas alterações, enfrentou concorrentes mais modernos nas ruas. A volta do Fusca durou até 1996, quando foi lançada a Série Ouro, uma edição especial de despedida do carro.

A partir de então, o Fusca passaria a ser fabricado apenas pela Volkswagen do México -- por lá, o Vocho perdurou até 2003, quando foi rendido pela nova geração do modelo.


SÉCULO 21
Entre o final dos anos 1990 e a temida virada do século 20 para o 21, o mundo entrou numa onda de nostalgia (e, convenhamos, falta de criatividade). Na Alemanha, a Volkswagen gerida por Ferdinand Piëch (neto de Porsche) tratou de enfrentar carros com traços vintage de outras marcas. Surgia o segmento cult ou retrô, dominado por carros com inspiração nos anos 1950 e 1960 e em suas linhas arredondadas.

Modelo da virada do século entrou na onda retrô
Chrysler PT Cruiser (na época da DaimlerChrysler, associação entre os alemãs donos da Mercedes-Benz e os americanos) e Mini Cooper (inglês com releitura da alemã BMW) inspiraram e depois rivalizaram com o New Beetle, criação do centro de design da Volkswgen dos Estados Unidos, na Califórnia.

Visto com estranheza por muitos, o modelo com traços e detalhes femininos (como o vaso para flores ao lado do volante) montado sobre a estrutura do Golf se deu bem e superou seus concorrentes: em 11 anos de estrada, entregou mais de 1 milhão de unidades. No Brasil, chegou como "carro de imagem", importado do México, com preço sempre acima dos R$ 50 mil e nome americano jamais traduzido.


RETORNO À ORIGEM
Em 2011, um novo capítulo começou a ser escrito com a estreia da segunda geração do New Beetle, apresentado ao mundo durante do Salão de Frankfurt 2011. Como seria estranho dobrar o "novo" do nome, a solução foi chamá-lo de Beetle do Século 21, ou Beetle 21st Century.


Por conta das formas menos circulares e mais alongadas e masculinas, mais próximo do carro original, a Volks adotou a estratégia de permitir que as filiais de cada país onde o novíssimo Beetle fosse vendido retomassem oficialmente o nome popular do carro.

No Brasil, a previsão é que o novo Fusca, com este nome mesmo, seja apresentado ainda este ano, começando a ser vendido (novamente importado do México) até o começo de 2013. O carro pouco vai ter do estilo popular do primeiro, nem do lado feminino do segundo: a pegada da atual geração é ter performance, garantida pelo motor 2.0 turbo e câmbio DSG (o mesmo trem-de-força do Jetta mais caro ou do Passat, por exemplo), e estilo próprio, com rodonas esportivas e som premium da marca de guitarras Fender.

Enquanto isso, o restante do mundo se prepara para receber a configuração conversível do Beetle, com corte retilíneo da carroceria (novamente se inspirando no Fusca cabrio original). O modelo que chega até o final da temporada foi adiantado pelo conceito E-Bugster, do italiano Walter de'Silva, que mostra também que o modelo pode ter uma futura propulsão híbrida ou elétrica. Longa vida ao besouro!







segunda-feira, 6 de agosto de 2012

!!! Foto Do Dia !!!


Uma interessante sequência de fotos do maior fenômeno da nossa indústria automobilística, o Fusca Itamar!


O Fusca por si só já é um tremendo fenômeno, de popularidade, etcétera... Mas o Itamar é um caso à parte. Como ele pôde ressurgir das cinzas, e ainda ser acolhido, encontrando ainda o seu público?

E também, "antigomobilísticamente" falando, o Fusca Itamar vem protagonizando um outro fenômeno muito interessante: quem o comprou, com toda a certeza foi também motivado por uma questão afetiva, fazendo com que essas unidades fossem para as mãos de proprietários mais zelosos e apaixonados por ele.


Dessa forma, muitos foram (e estão) sendo tratados a pão-de-ló, e não é raro vê-los ainda novinhos e brilhosos pelas ruas, e também não é nenhum espanto vê-los em uma coleção de carros antigos, nem mesmo, ouvir falar de alguma unidade mantida com baixíssima quilometragem!

Definitivamente, o Fusca Itamar é um fenômeno!
Essas fotos são de um Itamar OKm, à álcool, em 1994 na concessionária Carro do Povo em Porto Alegre-RS.
É interessante ver o fundo: Saveiro, Santana, Gol...
-Quem sabe até mesmo essa unidade ainda esteja sendo bem cuidada por aí...
Essas fotos são do interessante