sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Volkswagen 1600




Em 1968, a Volkswagen chegava ao impressionante número de 600 mil veículos fabricados no Brasil e em função do grande aumento de produção em suas linhas, teve de abrir mais 2000 vagas para novos funcionários.

A Volks continuava vendendo como nunca, tendo o Fusca como carro chefe e oferecendo também o utilitário Kombi, juntamente com o esportivo Karmann-Ghia.

Seus carros tinham mecânica robusta, de fácil manutenção, grande economia de combustível e preços extremamente competitivos, atrativos irresistíveis ao consumidor. Foi aí que o então presidente da Willys Overland do Brasil, Willian Max Pearce, começou a idealizar uma “fórmula” para deter o avanço da Volks, notadamente do Fusca, no setor de carros econômicos. Temos então o nascimento do projeto "E" (de econômico), que consistia na idéia de se lançar um veículo econômico e de baixo custo de fabricação, resultando num concorrente à altura do até então imbatível Fusca.

Infelizmente, estudos realizados na época tiveram resultados nada otimistas: Dificilmente o Willys “E” conseguiria ser fabricado por um custo menor ou pelos menos similar ao do Fusca. Deste modo, a Willys mudou de estratégia, rebatizando o projeto “E” para projeto “M” (de médio), associando-se à Renault para o desenvolvimento do modelo. No mesmo ano, no entanto, a Willys foi comprada pela Ford, mas esta não abandonou o projeto “M”, continuando a investir na idéia, que posteriormente daria origem ao Corcel !

E onde entra o VW 1600 4 portas nessa história toda ?

Bem, o VW 1600 quatro portas era exatamente uma resposta ao Projeto “M” da Willys (posteriormente Ford-Willys) e curiosamente chegou a ser chamado de “Brasília”, nada tendo a ver com a "verdadeira" Brasília, lançada pela Volks somente em 1973.

A Volks, ainda em 1968, preparava o lançamento da Variant, que inicialmente chegou a ter a sua frente copiada do VW 1600, e lançou a versão conversível do Karmann-Ghia. Sendo assim, estreou em dezembro de 1968, no “VI Salão do Automóvel” em São Paulo, o VW 1600 Sedan 4 Portas, que foi lançado
juntamente com seu grande rival: o Corcel, da Ford-Willys (depois, apenas Ford).

Como curiosidade, temos no mesmo evento o lançamento do Chevrolet Opala e do Ford Galaxie

Os motivos que levaram a Volkswagen a interromper definitivamente a fabricação do VW 1600 4 portas são até hoje bastante controversos. Nos dois anos em que ficou no mercado(1969 e 1970, tendo sido lançado em dezembro de 1968), chegaram a ser produzidas 24475 unidades do modelo, que manteve um bom número de vendas até o término definitivo de sua fabricação, ainda em 1970. Costuma-se considerar, que um dos fatores determinantes da retirada de linha do VW 1600, teria sido a grande aceitação deste modelo entre os taxistas, o que teria feito com que o seu \\"status\\" junto ao consumidor em geral, diminuísse, e em consequência disso, as suas vendas, apesar de boas, não estariam satisfazendo plenamente às espectativas da Volkswagen. O fato é que a preferência do consumidor na época era bem diferente da de hoje em dia, sendo que os automóveis de duas portas eram os de maior aceitação, e não os de quatro portas. É daí que se explica a predominância do modelo junto aos taxistas.

Talvez o VW 1600 4 portas fosse “o carro certo no momento errado”...A Volks, ainda com esperanças de melhorar a vendagem do VW 1600 4 portas, chegou a produzir uma versão de luxo, com diversos melhoramentos em relação à versão inicial, mas que não serviu para melhorar substancialmente as vendas do modelo.

Outro aspecto interessante na curta carreira do “4 portas”, foi o apelido que ele ganhou, em função do formato bastante parecido de suas partes dianteira e traseira, lembrando para alguns uma caixa... : “Zé do Caixão”... O apelido, “Zé do Caixão”, talvez tenha sido também inspirado no cultuado cineasta brasileiro de terror, José Mojica Marins, que alguns meses antes do lançamento do VW 1600, tinha lançado o filme \\"O estranho mundo de Zé do Caixão\\", em 1968. Coincidência ou não, o apelido pegou.

Pegou de tal maneira que o carro passou a ser mais conhecido por seu apelido do que por seu verdadeiro nome: VW 1600, que talvez soasse para muitos com pouca personalidade.Tal denominação, “Zé do Caixão”, ainda que dada com simpatia por muitos, acabou tendo um sentido predominantemente pejorativo, e contribuiu para abalar ainda mais o prestígio do modelo junto ao mercado consumidor.

Muitos também chamavam o VW 1600 4 portas de \\"Fusca 4 portas\\", pois \\"Volkswagen\\" também era o nome \\"oficial\\" do Fusca, que só veio a ser oficialmente chamado de Fusca a partir de 1984, após já ser durante muitos anos conhecido muito mais pelo seu apelido do que pelo seu nome oficial. Nos EUA, ocorre algo semelhante, pois o mesmo Volkswagen, chamado aqui no Brasil de Fusca, é carinhosamente chamado de file://"beetle//"(besouro).

Mas, sem dúvida, o fato mais crítico ocorrido na meteórica passagem do VW 1600 pelo mercado automobilístico brasileiro, se deu no dia 19 de Dezembro de 1970. Um incêndio de grandes proporções atingiu a fábrica da Volks, destruindo cerca de 30% de seu maquinário, e este só foi completamente debelado aproximadamente 12 horas após seu início.

Lamentavelmente, logo após este incidente, a Volkswagen do Brasil interrompeu definitivamente a produção do VW 1600 Sedan 4 portas, mas continuou a produzir normalmente os demais modelos oferecidos na época, tais como o Fusca e Kombi.A Vokswagen até que se recuperou bem do incêndio, conseguindo em Agosto de 1971, o reestabelecimento total da marca de aproximadamente 1200 automóveis fabricados ao dia. Uma recuperação considerada em tempo recorde.

Infelizmente porém, para o VW 1600 4 portas, já era tarde demais... , o fim definitivo havia chegado... , restando hoje para nós uma das mais interessantes histórias sobre um dos muitos automóveis já fabricados no Brasil.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

!!! Foto do Dia !!!


Fonte: Boxer Clube Pratense

Hebmüller: Um alemão especial

  A indústria de carrocerias Hebmuller & Filhos foi fundada em 1889 com a construção de carruagens no início do século passado com adaptações de automóveis das marcas: Ford, Hanomag, Opel e Hansa-Lloyd com transformações em modelos conversíveis de dois e quatro lugares. Após o fim da Segunda Grande Guerra a Volkswagen se recuperou primeiro com a gerência do Exercito Real Inglês e depois foi administrada por Heinz Nordhoff que teve uma visão futura de variações veículos Volkswagen e encomendou já no fim dos anos 40 a dois fabricantes de carrocerias modelos conversíveis. Coube a Karmann da cidade alemã de Osnabruck o projeto de um cabriolet (denominação francesa para o modelo conversível) de quatro lugares e a Hebmuller da cidade de Wuppertal, o projeto de um conversível dois mais dois, ou seja, os bancos traseiros pequenos, inspirados nos modelos fabricados para a Ford, Opel e outros, que eram produtos já adaptados em linha de montagem.









Em maio de 1948 a Volkswagen chegou ao número de produção de 25.000 veículos VW produzidos e era o momento certo de a Hebmuller apresentar os três primeiros protótipos em dezembro daquele ano. Os veículos foram fabricados com chassi de carros ano 1947, sendo dois de cor preta e o terceiro na cor cinza. A aparência ainda era rudimentar e até certo ponto grosseira, no capô traseiro era inserida duas fileiras de aletas para auxiliar a ventilação do motor e a luz de placa ainda era a do Fusca 1947, a capota quando fechada formava um perfil traseiro muito baixo e deselegante, o quadro do párabrisa ainda não tinha o formato ideal e os reforços do chassi não eram suficientes para manter as portas alinhadas, devido às estradas alemãs estarem mal conservadas após o término da guerra.
Em abril de 1949, com um novo protótipo que rodou 10.000 kilometros para a aprovação em junho daquele ano, já com as devidas correções dos problemas dos três primeiros, ganharam o código VW de produto Type 14A e foram encomendados a princípio 2000 veículos. Estes modelos já possuíam o desenho definitivo da tampa traseira, reforços adicionais de carrocerias e um novo formato de quadro de párabrisa. Os veículos eram vendidos em concessionárias da marca VW a um custo inicial de DM7500. Devido à similaridade do capô traseiro com o dianteiro, dizia-se que não poderia saber se o veículo estava indo ou vindo!
Três cores básicas eram oferecidas: preta, branca e vermelha e também eram feitas opcionalmente combinações de cores estilo "saia e blusa" nos padrões: preto e vermelho; preto e amarelo ou vermelho e marfim, mas outras cores eram permitidas sob encomenda prévia.
Mas uma grande tragédia estava para acontecer: por volta das 14:00 horas do sábado dia 23 de julho de 1949, iniciou-se um incêndio na área de pintura que avançou para a linha de produção destruindo veículos e maquinários. Seria um acidente ou sabotagem? A resposta nunca saberemos...Com isto a produção foi paralisada por quatro semanas e iniciada aos poucos até que em maio de 1952, a Karmannn assumiu a produção com a transferência dos conversíveis Hebmuller para a sua empresa.
O último Hebmuller foi produzido em fevereiro de 1953 com a produção total de 696 veículos, embora haja veículos com o numero de carroceria 1400 705, 1400 710 e 1400 735 e a Hebmuller registre o total de 750 veículos, isto deixa margens de dúvidas quanto ao número correto.
O que se pode afirmar que não mais de 100 VW Hebmullers sobreviveram e se tornaram verdadeiras obras de arte automobilísticas, sendo colecionados em vários países da Europa e exportados para os Estados Unidos e Japão atingindo preços elevados, vendidos a peso de ouro. Tornou-se o veículo mais belo e cobiçado dos exemplares de Volkswagen, e mesmo este veículo tem um derivação mais rara dos raros: "the rarest-of-rare”, que seria a cereja do bolo com um só modelo fabricado e denominado: Hebmuller coupê, que merece um história contada a parte!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Fusca 1303

O Volkswagen Alemão 1303 foi o carro que emprestou a plataforma para a Variant 2 e entre outras coisinhas que vou citar aqui.

-Ele Tem Parabrisa Curvo Grande "Tabelier"

-Suspenção MC Pherson na Dianteira e IRS na Traseira.

-Grande Porta Malas com o estepe na posição deitada

-Motor Injetado e Muitas outras coisinhas que só veem em carros modernos

-Essa versão VW 1303-S foi o ultimo fusca a ser produzido na Alemanha.





quinta-feira, 8 de dezembro de 2011